Dicas de Viagem

Yo sólo- A viagem solo e o prazer de sua própria companhia

“VAI VIAJAR SOZINHA !?”… Essa frase misturada de surpresa e espanto ainda ecoa em minha mente cada vez que começo a fazer planos para uma viagem.

Depois que aprendi inglês comecei a viajar mais e consequentemente conhecer pessoas que compartilhavam do mesmo desejo que eu de conhecer povos e culturas diferentes independente de estarem sozinhas ou em grupo.
Viajar acompanhado é maravilhoso e bem diferente da viagem solo, mas ambas oferecem suas belezas e desafios.
Sim, é um pouco mais inseguro viajar sozinha sendo mulher (e digo por experiência própria, após comparar minhas histórias com a de amigos viajantes homens), mas …. tomando-se algumas precauções você descobrirá coisas incríveis sobre você mesmo e seu mundo mesmo que longe de casa.
Em 2008, encontrei um livro numa seção promocional da Bienal do livro de SP: “Um fim de semana para mudar sua vida”, de Joan Anderson. Demorei muito pra lê-lo, talvez 6 anos. Mas me arrependi de ter colocado outras literaturas como prioridade ao invés dessa.
A autora conta que após uma vida feliz de dedicação à familia e amigos sentiu-se amargurada por ver como sua vida havia mudado aos 50. Os filhos crescidos e casados agora tinham suas próprias tradições e ela não se sentia como parte da prioridade deles. O marido havia decidido aceitar uma proposta de emprego em outro estado e ela não estava disposta a fazer uma mudança desse tipo. Então, decidiu morar durante um ano,  na praia.
O mais legal de tudo isso é que após essa experiência ela escreveu 6 livros e criou um grupo de mulheres que poderiam se reunir uma vez por ano em Workshops de Fim de Semana para centrarem-se em suas atitudes e reações diante da vida. (http://www.joanandersononline.com).
Leia um trecho do livro:
“Quando compareci ao Oprah Winfrey Show e mencionei que saíra de casa pra me encontrar, uma mulher que estava na primeira fila levantou a mão e afirmou enfaticamente que não poderia de jeito nenhum fazer algo semelhante. “Tenho vários filhos”, queixou-se, “um emprego e um marido.” …endireitei o corpo e perguntei: “Um ano tem oito mil e setecentas horas. Não lhe parece lamentável que você não consiga encontrar vinte e quatro horas exclusivamente pra você?…”
E sim é lamentável ver quantas pessoas ao nosso redor resolvem se dedicar aos mais famosos clichés da vida, como serem felizes somente após um casamento, ou somente quando conseguirem o emprego dos sonhos ou tiverem um filho.
Amo estar rodeada de pessoas queridas, mas as vezes é necessário um pouco de aconchego do meu próprio abraço.
Quando reservei um dia somente pra mim, apesar de ter muitas coisas para resolver, pude perceber como minha mente estava agitada e ansiosa por situações, que seriam facilmente resolvidas se eu estivesse com o corpo relaxado, mente calma, tranquila e focada na solução e não no problema. A agitação dos meus dias incansáveis e sem nenhuma pausa, faziam com que eu ficasse doente física, mental e espiritualmente perdendo os propósitos especiais da minha vida.
” O retiro é uma forma de pausa, é um momento à parte na solidão (…), onde podemos respeitar nosso espírito único sem nos preocuparmos com o jeito que os outros nos veem ou com tarefas que ainda precisam ser cumpridas.”
Como começar?
Após reservar um ou dois dias, vá a um parque ou pousada rodeada pela natureza. É importante que seja um lugar tranquilo e confortável para que possa refletir. Leve um diário e anote seus objetivos, problemas a serem resolvidos e responda às seguintes perguntas:
1- Quem sou?
2- Onde estou?
3- Para onde quero ir?
4- O que quero de modo geral?
5- Que vozes negativas gostaria de silenciar quer sejam ecos do passado ou vozes do presente que estão me impedindo de ser a melhor versão de mim mesmo?
6- Onde ou com quem poderia buscar ajuda pra alcançar este objetivo?
Missão
– Encontre metáforas da natureza para a sua vida;
– Aproveite o dia;
– Torne seu fardo mais leve;
– Além de servir, aprenda a sentir alegria em ser servido;
– Seja honesto consigo mesmo;
– Aprenda a sorrir para você mesmo ressaltando as coisas positivas da sua vida.

Note que você não precisa estar infeliz pra reservar um tempo especial de reflexão e análise.

Muitos de nós somos capazes de ligar o modo automático da vida e mesmo com o corpo cansado continuamos a prosseguir, mesmo com ações que podem não nos levar a lugar algum. É a direção assertiva e não a boa intenção que determinam nosso destino.