Destinos,  Portugal

O tempo no Museu dos Coches em Lisboa

Como o tempo voa! É um clichê eu sei. Mas quantos clichês já ouvimos e não paramos para ver o quão verdadeiros são? Na corrida diária para alcançar objetivos e obter nossa subsistência deixamos de entender lições simples e práticas da vida esperando que algo fantástico e fora do comum ocorra, quando na verdade, a grandiosidade da vida está em diminuir o volume do áudio e o ritmo, não necessariamente do corpo, mas da mente. É na quietude que muitas vezes temos as maiores experiências da nossa vida.

Nem sempre é fácil perceber que nos perdemos em uma rotina intensa. Ás vezes até gostamos da nossa rotina, pois estamos sendo produtivos e os resultados aparecem da forma esperada.

Em 2017 passei a passear mais por São Paulo, a cidade que morei na maior parte da minha vida e, parei de esperar sempre pela próxima viagem, passando a aplicar os princípios de viajante ao meu presente, na minha realidade diária. O resultado foi uma vida mais focada na realidade que eu poderia criar.

Agora… é outono em Lisboa. As chuvas e ventos são mais constantes e eu sou uma pessoa que adora passear em lugares abertos, com muita natureza e ar fresco, o que é um incomodo se a chuva é muito intensa. Os dias começaram a ficar frios e as notícias de amigos distantes trouxeram uma nostalgia… onde caí no modo “a espera de uma viagem”.

Adormeci ouvindo a chuva bater na janela e ao acordar parecia que tinha dormido por horas, mas só haviam se passado 20 minutos. Levantei com necessidade de construir a história desse dia.

A chuva aumentava e diminuía de forma alternada. Peguei o trem e fui em direção ao ritmo do que o clima me indicava.

 


Dias de tempestade são dias propícios para a arte.

Gisele Oliveira

Assim que cheguei na estação esperada, a chuva voltou, parecia a ironia da Lei de Murphy. A música que tocava no meu telefone dava uma trilha sonora de filme ao ambiente lisboeta de ruas escorregadias, pessoas caindo, guarda-chuvas pretos girando.

Cheguei ao novo prédio do Museu Nacional dos Coches. Um prédio comum, típico de cidade grande. Mas, ao subir as escadarias que davam acesso aos itens do museu: Que maravilha! Um grande estacionamento repleto de carruagens.

 

 

Dicas de viagem Portugal
                                           Carruagem dos Oceanos


 

 

 

 

Passei horas a observar o tão belo trabalho feito de forma detalhada pelos escultores de madeira do passado e a imaginar a história por trás de cada uma daquelas carruagens grandiosas, criativas e belíssimas. Sem pressa, sem necessidade de correr para ver o próximo monumento. Vivenciando o momento em cada detalhe. Imaginem essas carruagens andando pelas ruas daqueles tempos?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Depois de algumas horas, olhei pela janela e a tempestade havia passado. Surpreendentemente, depois de quase 4 horas de chuva, o sol apareceu forte.

Saí do museu para comprar uma baguete no restaurante Pão, Pão, Queijo, Queijo. Sentei em um banco em frente ao meu monumento preferido em Belém: O mosteiro dos Jerônimos e almocei observando o movimento, sentindo o sol e a brisa, pensando em como a vida era perfeita por causa do meu sanduíche de berinjela.

Assim que sorri, somente deu tempo de dar um salto antes de ver em camera lenta um jato de água atingir, depois da passagem apressada de um taxi, o lugar em que eu estava sentada.

Ah o tempo! 🙂 Como ele é precioso.

 

Visitando o Museu dos Coches em Belém, Lisboa

O Museu dos Coches vale muito a visita. Mas atenção: São dois prédios, o mais moderno, ao pé da estação de comboio de Belém, possui uma coleção maior de carruagens com detalhes e beleza mais grandiosa e o prédio antigo tem a loja de lembrancinhas e uma coleção de carruagens e carros dos bombeiros de Lisboa dos tempos antigos. Ambos são muito interessantes e a compra do bilhete dá acesso aos dois prédios que são próximos um do outro.

Quando visitar o museu, não deixe de prestar atenção nos detalhes das carruagens, incluindo desde pintura a trabalho em madeira. 🙂

 

 

 

 

 

O museu tem descrições detalhadas dos usos de cada carruagem que serviam, as mais luxuosas, para transporte de autoridades religiosas, reis, rainhas, príncipes e demais membros da realeza.

Muito interessante também a coleção de carruagens de crianças que as usavam para passear pelos jardins do palácio.

 

 

Há também uma sala separada de carruagens usadas em diversas épocas e para diferentes propósitos:

 

 

 

 

 

Visite o site oficial para mais Informações sobre o Museu dos Coches, desde endereço a valores de bilhetes para entrada.

http://museudoscoches.gov.pt/pt/visite